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Boas Práticas de Fabricação: desafios na indústria de alimentos

Neste artigo, Andressa Fabiana Kammers, CEO da AFK Consultoria em Segurança de Alimentos e consultora oficial da norma IFS desde 2007, compartilha sua vivência em mais de dezesseis anos de consultoria e auditorias na indústria de alimentos. Ela aborda os principais desafios na implementação das Boas Práticas de Fabricação (BPF) e traz exemplos reais de sua trajetória (LinkedIn).

Acompanhe a leitura e descubra por que tantas indústrias ainda falham na implementação das BPFs.

Boas Práticas de Fabricação são as raízes da indústria de alimentos, onde todas as empresas devem se preocupar com toda a CULTURA da organização, incluindo pessoas, infraestrutura, qualidade dos ingredientes, práticas de higiene, entre outros, afim de preservar o que é  produzido para população.

O panorama das indústrias revela um desafio alarmante: muitas empresas não conseguem implementar as Boas Práticas de Fabricação.


1. Exemplos práticos de não conformidades recorrentes

Trago neste texto alguns de meus exemplos práticos de auditorias de fornecedores/clientes, auditorias internas diagnósticos e consultorias.
Realizo auditorias desde 2007 onde até o dia de hoje conto com mais de 870 auditorias realizadas no Brasil com foco em Boas Práticas de fabricação, APPCC (Análise de perigos e pontos crítico de controle) e Normas internacionais.

Onde os problemas mais comuns encontrados em auditorias são:

  • Problemas estruturais;

  • Documentação incompleta ou faltando;

  • Falta de CULTURA de segurança e alimentos tanto pela alta direção como toda a organização por falta de entendimento.

1.1 Problemas estruturais

As estruturas que encontramos, estão como muitos problemas como: piso, paredes, equipamentos, portas com problemas de conservação e localização de resíduos e materiais em desuso ao ar livre ou não seguindo as diretrizes da legislação vigente.

1.2 Documentação incompleta ou faltando

No quesito documentação temos muito a falta de que as empresas coloquem nestes documentos a realidade da empresa, pois é muito comum o CTRL C e CTRL V.

Os documentos que mais sentimos falta durante as auditorias são Food Defense e Food Fraude, Alergênicos e para as auditorias GFSI, inclusive para plantas já certificadas encontramos a falta de Avaliação de risco.

1.3 Cultura de Segurança de Alimentos

A cultura de segurança de alimentos é vista em auditorias de diversas formas, pois todos fazem da forma que faz sentido pra eles.

Então com isso encontramos cultura muito rasas que não tem efeito nenhum e mal trazem indicadores para empresa, e muitos acabam desistindo, e fazendo apenas a festinha no refeitório e a semana da qualidade.

E todos sabemos que estas atividades de cultura vão muito além da festinha.

2. Dificuldades de cultura organizacional e treinamentos

Devemos esquecer o BPF (Boas Práticas de Fabricação) BEM FEITINHO!
O BPF bem feitinho não nos ajudou a eliminar a quantidade de problemas com a saúde pública (RECALL).

Através das diretrizes trazidas pelo GFSI, nos trouxe a aplicação da Cultura de segurança de alimentos que de forma constante e de formas diferentes, pois devemos ser muito criativos e atingindo todos os nossos colaboradores para uma execução bem feita dos 5 elementos, teremos uma execução de perigos e riscos dentro do ambiente produtivo.

Em auditorias temos muitos exemplos de falta de cultura, onde na parte documental a empresa mostra todas as atividades que fazem, fotos e etc.. e durante as entrevistas verificamos que o os colaboradores estão inseguros em suas respostas, não sabem qual a política e nem onde ela esta ou qualquer parte dela.

Você questiona sobre as FESTINHAS de cultura e eles não sabem relacionar com o mais importante APRENDENDO A CULTURA DE PERIGOS E RISCOS, então será que esta sendo eficaz?

Os treinamentos não podem mais ser um ditado, slides cheios de texto, devemos elaborar conteúdos de fácil entendimento, misturar práticas dentro dos treinamentos. E isto vale tanto para o treinamento anual quanto para integração.

Os profissionais devem estar preparados.
Mas relembrando treinamento não está ligado com a cultura pois uma das premissas é “Desconstrução do treinamento de BPF 1x por ano”.

Treinamento faz parte do contexto de BPF e legislações, mas agora temos algo a mais: implementação da Cultura na sua organização.

“QUANDO TODOS DA ORGANIZAÇÃO SÃO RESPONSÁVEIS, O CONTROLEPERIGOS E RISCOS SE TORNAM ESSENCIAL E CONSTANTE”.


Estratégias eficazes para garantir aderência e melhoria contínua

Garantir que a melhoria contínua aconteça na segurança de alimentos é fundamental para cadeia de alimentos, assim como a participação direta da alta direção.

As normas como IFS, BRC ou FSSC 22000 estabelecem diretrizes globais que orientam as Boas Práticas de Alimentos e tem como missão a orientação para produção de alimentos seguros na cadeia produtiva.

As organizações devem buscar fontes e profissionais confiáveis que possam orientar sobre a implementação da Cultura, assim como implementá-la.

A melhoria contínua das empresas que empregam métodos corretos de implementação de cultura apresentam resultados significativos em vários departamentos da empresa, como por exemplo: resultados de limpeza operacional, práticas de higiene adequada e práticas de higiene operacional.

Os principais benefícios que estaremos obtendo com todas estas práticas será:

  • Proteção do consumidor;

  • Reputação da marca;

  • Qualidade;

  • Produtividade.

A segurança de alimentos é uma responsabilidade compartilhada que exige o compromisso de toda a organização.
A aderência às boas práticas de fabricação demanda disciplina diária e atualização aos desafios com sua equipe.

FAQ – Boas Práticas de Fabricação (BPF)

1. O que são as Boas Práticas de Fabricação (BPF)?
As Boas Práticas de Fabricação (BPF) são procedimentos essenciais que garantem a qualidade higiênico sanitária e a conformidade dos alimentos produzidos, abrangendo infraestrutura, higiene, documentação e cultura de segurança de alimentos.


2. Por que muitas indústrias falham na implementação das BPF?
As falhas mais comuns estão ligadas a problemas estruturais, documentação incompleta ou inadequada e ausência de uma cultura sólida de segurança de alimentos em todos os níveis da organização.


3. Qual a importância da documentação nas BPF?
A documentação deve refletir a realidade da empresa. Em auditorias, é frequente a ausência de documentos críticos como planos de Food Defense, Food Fraud, controles de alergênicos e avaliações de risco.


4. O que significa “cultura de segurança de alimentos”?
É o conjunto de valores, práticas e atitudes compartilhadas por toda a organização em relação à segurança de alimentos. Vai além de eventos ou treinamentos formais: requer engajamento contínuo e conscientização diária.


5. Quais são os principais benefícios da correta implementação das BPF?
Entre os benefícios estão a proteção do consumidor, fortalecimento da reputação da marca, aumento da qualidade dos produtos e ganhos de produtividade.