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Big Data no agronegócio: seus impactos e como aplicar na prática

Escrito por Redação | 30/06/25 19:22

O Big Data no agronegócio diz respeito à coleta e análise de dados em larga escala para melhorar a produção, logística e gestão agrícola. Essa aplicação promove ganhos em produtividade, reduz custos e permite decisões mais estratégicas.

Empresas que adotam o Big Data conseguem prever tendências, otimizar o uso de insumos e enfrentar desafios ambientais com mais eficiência. Por outro lado, as que ainda não apostam nessa tecnologia, estão ficando para trás em competitividade.

Neste artigo, conheça o conceito de Big Data no agronegócio, sua importância e como aplicá-lo de forma assertiva no seu negócio. Confira!

O que é big data no agronegócio? 

Big Data no agronegócio refere-se ao uso de grandes volumes de dados coletados de fontes diversas, como sensores, drones, satélites e máquinas agrícolas, para otimizar a produção e a gestão no campo. 

Por meio dessa análise desses dados, é possível melhorar o manejo de culturas, prever demandas, monitorar o clima, e aprimorar o uso de insumos como água e fertilizantes.

Isso resulta em maior eficiência, produtividade e sustentabilidade, permitindo que produtores rurais tomem decisões mais estratégicas.

Importância da análise de dados no agronegócio

Big Data é o grande volume de dados gerados diariamente por diversas fontes, enquanto a análise de dados é o processo de examinar, interpretar e transformar essas informações em ações estratégicas.

De acordo com a pesquisa “A Mente do Agricultor Brasileiro”, da McKinsey, mais de 50% dos empresários do setor desejam implementar novas tecnologias para melhorar a eficiência e rentabilidade de suas atividades. Entre os donos de grandes plantações, esse número chega a 81%.

Para elevar esses resultados, é necessário apostar em ferramentas de coleta de dados, pois estes recursos facilitam a visualização e um estudo estratégico do produtor rural sobre suas operações.  

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Benefícios da aplicação do Big Data ao agronegócio

Segundo o levantamento da Mordor Intelligence, o mercado de análise agrícola está projetado para expandir a uma taxa de crescimento anual composta de 14,4%, entre 2021 e 2026.

Confira os benefícios da aplicação do big data no agronegócio: 

Eficiência e produtividade

Um dos principais benefícios do Big Data no varejo é o aumento da eficiência e produtividade nas operações.

Ao coletar e analisar grandes volumes de dados sobre o comportamento dos consumidores, inventários e vendas, conseguem aprimorar o controle dos estoques e ajustar preços de maneira assertiva, personalizando ofertas conforme a demanda sem prejuízos financeiros. 

Afinal, o produtor conseguirá ajustar sua margem de lucro e de contribuição com base nos seus custos reais e a demanda.

Melhoria na gestão climática

Com Big Data, os agricultores conseguem prever padrões climáticos, utilizando dados coletados por sensores, satélites e estações meteorológicas. 

Essas tecnologias oferecem informações em tempo real e cruzam dados climáticos históricos com modelos de previsão. Assim, consegue-se ter uma análise detalhada das tendências de temperatura, umidade, precipitação e outros fatores críticos.

Essas previsões podem ser otimizadas ainda mais pelo uso de algoritmos de aprendizado de máquina, que identificam padrões complexos e fornecem recomendações para o manejo agrícola. 

Dessa forma, o produtor consegue ajustar o calendário agrícola, antecipando o melhor momento para atividades como semeadura e colheita. Essa capacidade de adaptação reduz riscos de perdas e melhora o uso de recursos, permitindo ajustes específicos conforme a previsão de seca ou excesso de chuva.

Além disso, ao integrar informações climáticas com dados sobre o solo e as necessidades específicas de cada cultura, os agricultores podem se planejar melhor para possíveis impactos da natureza na produção agrícola.

Otimização do uso de insumos

A aplicação do Big Data permite que os produtores controlem o uso de insumos como fertilizantes, água e defensivos agrícolas em tempo real. Sensores instalados no solo e dispositivos de monitoramento climático coletam dados que indicam a quantidade exata necessária para cada área, reduzindo o uso excessivo e o desperdício. 

Esse ajuste contribui para a redução dos custos operacionais e minimiza o impacto ambiental, uma vez que há menor risco de contaminação do solo e das fontes de água.

A dosagem controlada de insumos também é importante para a saúde do solo a longo prazo, mantendo sua capacidade produtiva e evitando o esgotamento de nutrientes. Com isso, o produtor assegura a preservação da biodiversidade e promove um manejo mais sustentável e eficiente. 

Redução de riscos no manejo de pragas

O uso de Big Data permite que os produtores identifiquem áreas de infestação com precisão, facilitando ações preventivas mais localizadas. Equipamentos como drones e satélites capturam imagens e dados que destacam as regiões com maior incidência de pragas. 

Assim, o controle químico pode ser aplicado de forma seletiva, reduzindo a necessidade de tratar toda a plantação, o que contribui  para um manejo mais sustentável.

Esse método proativo é indispensável para preservar a saúde do solo e das culturas, ao mesmo tempo em que minimiza a possibilidade de desenvolvimento de resistência. Reduzindo a quantidade e frequência de defensivos, os agricultores conseguem até atender melhor às demandas dos consumidores por alimentos com menor impacto ambiental e mais saudáveis

Personalização de estratégias de comercialização

Com o Big Data, agricultores conseguem compreender melhor as preferências dos consumidores e as tendências de mercado. Na prática, é possível saber o que vende mais, quanto e quando. 

Dessa forma, ao combinar informações de demanda com dados de produção, ajustam a oferta conforme a sazonalidade, focando em produtos mais buscados. 

E, ao cruzar com informações sobre a concorrência e o comportamento do público, os produtores podem oferecer preços mais competitivos, além de um atendimento eficiente da demanda. 

Agricultura digital e Big Data

Agricultura digital aplica tecnologias avançadas para coletar e processar dados durante todo o ciclo agrícola. Tudo é realizado a partir de sensores, drones e sistemas automatizados, que capturam informações em tempo real sobre o solo, clima, saúde das culturas e uso de recursos. 

O conjunto de todos esses dados é que gera o Big Data, que proporciona uma vasta quantidade de dados em insights acionáveis, ajudando os produtores a identificar padrões climáticos e condições de solo. 

Assim, é possível trabalhar uma cultura de análise de dados na produção, a fim de ajustar práticas para otimização de recursos, redução dos desperdícios, o que aumenta a eficiência e a previsibilidade das operações. Na prática, a agricultura digital possibilita a atuação com o Big Data no agronegócio. 

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Como aplicar o big data no agronegócio?

A aplicação do Big Data diz respeito a processos de coleta, organização e análise de uma grande quantidade de dados. No agronegócio, é possível aplicar este recurso a partir de algumas orientações. Veja quais são: 

1. Implementar um sistema de coleta de dados

Muitos dados são gerados todos os dias em qualquer operação. No campo, não seria diferente. 

Mas, para alcançar uma visão completa, que realmente ofereça insights para as tomadas de decisão, é preciso que todas as tarefas da operação estejam integradas. Na prática, isso significa apostar em sistemas de gestão que permitam a inserção de dados e também a  geração de dashboards para facilitar a visualização. 

Esses sistemas conectam dispositivos como sensores de umidade e qualidade do solo, drones para avaliação aérea e equipamentos de campo que monitoram várias tarefas, como o crescimento das plantas em tempo real. 

A tecnologia centraliza as informações, facilitando o acesso às métricas de desempenho,  condições do campo e permitindo a documentação de todas essas informações. O que nem sempre é possível quando se utiliza métodos manuais, como o papel e até mesmo planilhas em Excel, suscetíveis a erros. 

2. Integrar dados de fornecedores e distribuidores

Integrar dados de fornecedores e distribuidores permite uma gestão mais eficaz da cadeia de suprimentos. Com essa integração, é possível prever a demanda de insumos e ajustar pedidos para evitar faltas ou excessos. 

Outra vantagem é monitorar as variações de disponibilidade e preço, o que permite que os negociem com maior assertividade, garantindo que os insumos cheguem no momento certo, de forma alinhada às necessidades de produção.

3. Definir KPIs baseados em  históricos

Com todas as informações relativas à produção documentadas, é possível usar dados históricos para estabelecer KPIs, adaptados às necessidades específicas de suas operações agrícolas. 

Produtividade por hectare, taxa de sobrevivência das plantas, consumo de água por área cultivada e eficiência do uso de fertilizantes são alguns deles. Esses KPIs permitem monitorar o desempenho ao longo de diferentes safras, identificando padrões e áreas que precisam de ajustes.

Esses indicadores ajudam também a comparar o rendimento entre safras e avaliar a eficiência de práticas agrícolas, como novas técnicas de irrigação e fertilização. Um KPI como “consumo de água por tonelada de produto”, por exemplo, pode indicar se uma técnica de irrigação está economizando água enquanto mantém a produtividade, ou não

4. Desenvolver previsões de safra

Previsões de safra com base em dados climáticos e de solo permitem que os produtores ajustem o calendário de plantio e colheita conforme as condições ambientais.  Isso é possível por meio da coleta e da análise de um grande volume de dados - o Big Data. 

Assim, é possível antecipar desafios como secas ou excesso de chuvas e adotar práticas preventivas, evitando impactos negativos no rendimento. 

5. Automatizar processos de decisão

Com um sistema que permita a coleta e organização dos dados, é possível automatizar tarefas e processos críticos, que precisam de uma resposta imediata. 

Isso é feito a partir de algoritmos e equipamentos IoT (Internet das Coisas), que permitem o ajustes automáticos em várias tarefas, como na quantidade de água na irrigação, a aplicação de insumos, ou até mesmo definir o momento ideal para intervenções contra pragas. 

Essa automação libera tempo e recursos, além de garantir respostas ágeis a mudanças no ambiente, elevando a eficiência operacional.

ESG e big data

No agronegócio, práticas de ESG se fortalecem com Big Data, que facilita o monitoramento e análise de dados ambientais, sociais e de governança em tempo real.

Do ponto de vista ambiental, o Big Data permite otimizar o uso de recursos e reduzir emissões. Sensores no campo monitoram o consumo de água e energia, e satélites ajudam a avaliar a saúde do solo. 

Dessa maneira, os produtores ajustam práticas para minimizar desperdícios e calcular a pegada de carbono, promovendo ações como o uso de energias renováveis.

No aspecto social, o Big Data auxilia no controle de condições de trabalho e segurança. Dados sobre incidentes e feedback de trabalhadores ajudam a identificar riscos e promover um ambiente de trabalho seguro e inclusivo. 

Quanto à governança, Big Data oferece rastreabilidade na cadeia de suprimentos, contribuindo para evitar práticas antiéticas, como desmatamento ilegal. Já o acesso aos dados em tempo real agilizam as auditorias de compliance, garantindo que as operações estejam alinhadas às regulamentações e reforçando a transparência. 

A combinação de Big Data com ESG no agronegócio melhora a sustentabilidade e fortalece a credibilidade do produtor no mercado. Afinal, este irá demonstrar o seu compromisso com práticas responsáveis e éticas.

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